Escandalosamente dispensado há aproximadamente um mês pela EMI Music Portugal (entretanto esfrangalhada em downsizing e subjugada à filial espanhola), Sérgio Godinho vê agora, apesar disso, lançada uma edição especial de “Ligação Directa”, o seu último álbum de originais. A "novidade" inclui, além do alinhamento do disco, um DVD bónus, com cinco temas ao vivo.
“Ligação Directa”, editado a 23 de Outubro do ano passado, foi, recorde-se, um dos álbuns mais aplaudidos pela crítica em 2006, teve entrada directa para o 2º lugar do top nacional, foi eleito álbum do ano pela revista Blitz e deu a Sérgio Godinho o Globo de Ouro para melhor intérprete individual.
Tendo em conta que um despedimento significa que o "patrão" não precisa de nós e/ou não nos quer, estranha-se a opção da editora, ao reeditar agora, ainda por cima com extras, o disco de alguém que não considerou suficientemente importante para continuar a fazer parte do seu catálogo de artistas.
Por aqui se vê que a perpectiva de uns patacos fáceis, com o reaproveitamento de material na gaveta, continua, nos dias que correm, a desfazer coerências e a desmascarar hipocrisias. É linda, a linda lógica economicista da Ibéria de Saramago...
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