Vidas, palavras, ideias e coisas - de dias e de noites - em ambiente (geralmente) citadino

quarta-feira, fevereiro 27

Sine Die (sort of)


foto/projecto de Alexandre Sampaio
a
Gente minha e gente alheia que vem passando por aqui, esta é uma paragem oficial por tempo indeterminado. Às vezes, é preciso, em nome do retempero e preparação de novos projectos. Em breve 'a gente vê-se' outra vez aqui.
"Até já".
a

terça-feira, fevereiro 26

[...]


domingo, fevereiro 24

Há Coisas Justas, Não Há?



Da mesma fonte bem informada, chega-me agora outra notícia fresca da justiça e justeza da máquina fiscal: uma cidadã sénior reformada, com 70% de perda de visão oportunamente atestada por médicos portugueses e internacionais, deslocou-se lá fora com a promessa de ver qualquer coisita após a operação, o que acabou por acontecer após três cirurgias violentas de mais de 12 horas e pós-operatórios agonizantes...
Ainda assim, as operações correram bem, as dores acabaram por passar, a senhora voltou a ver qualquer coisa e acabou, em parte, por ser subsidiada pela segurança social em relação às despesas internacionais a que fez face. Foram-lhe também dados benefícios fiscais correspondentes a um cenário de invalidez parcial que a obrigou a uma reforma antecipada. Agora, com a idade bem avançadinha, recebeu uma carta da máquina fiscal portuguesa a duvidar dessa invalidez, sendo-lhe anunciada a necessidade de sujeitar-se a uma junta médica e veladamente ameaçada, desde já, de ter de devolver as "benesses" fiscais conseguidas, se se provar que a sua invalidez não é assim tão inválida.
A mim, quando tomo contacto com estas histórias, apetece-me meter uma barra de dinamite com pavio aceso pela goela abaixo de certas pessoas. E continuo a pensar, recorrentemente, na necessidade de um período de anarquia a passar por esta chafarica, como instrumento para limpar os saprófitas da democracia vigente. Mas deve ser problema meu, este inconformismo e esta "sociopatia". Portugal é um país onde não faltam justeza nem justiça.

a

sábado, fevereiro 23

Música Negra: 3 décadas, 3 maneiras de dançar

70’s


80’s


90’s

sexta-feira, fevereiro 22

Salmonela Legislativa

Geleia de marmelo. Totalmente caseira e não-licenciada mas, ainda assim, vendida em estabelecimento de restauração legalizado e afamado, ali para as bandas do não-digo-onde, porque há que proteger as coisas boas da perseguição da bufaria sanitarista. Sem rótulo e sem indicação de validade. Já sucumbi ao prazer de deglutir cinco legítimíssimas bolachas goumet do Pingo Doce pinceladas com esta iguaria que (so sorry, mother...) nada fica a dever, em sabor e consistência, à geleia feita pela progenitora, quando tinha saúde para andar à volta dos tachos.
a


48 horas depois, ainda não morri, não sofri desarranjos intestinais nem sequer uma ou outra pintinha cutânea rosada, como quem diz "vais ter uma alergia". É capaz de ser natural. Se andamos, há anos, a comer num certo restaurante, sempre comemos do bom e do melhor e nunca tivemos um achaquezinho que fosse de saúde, porque haveríamos de não confiar e comprar um boião de doce caseiro feito pela cozinheira do dito estabelecimento? A vida tem destas coisas: nas relações humanas, mesmo que comerciais, há sempre a possibilidade de confiar nos outros. Afinal, poucas serão as expressões de liberdade tão rotundas e sem arestas como esta.
Na tutela das relações humanas, a Lei deve estar particularmente atenta (e ter regulamentação específica para ser aplicada, de forma certa e célere, pelas instâncias competentes) quando se trata de reparar os danos sofridos com a quebra da confiança. Ou seja, nomeadamente permitir-me exigir reparação adequada e proporcional, se a geleia estiver estragada. Só. Ponto final.
Em democracia, não pode ser o Estado a decidir, mandando, o que podemos ou não comer, fazendo terra queimada do princípio do bom senso do "homem médio". Em casos como o da geleia de marmelo "ilegal" - e tantos outros similares - a coisa fia, aliás, fino. Faço parte de uma geração que cresceu com saúde a comer queijo flamengo a granel, cortado à faca na mercearia, quando as máquinas fatiadoras e as luvas de latex sem sequer eram sonhadas. O mesmo para a marmelada. Hoje, admito que a coisa não era, de facto, o melhor da higiene. Mas não foi por isso que a minha geração e as precendentes sucumbiram à salmonela.
a


Por isso, aqui fica o retrato da minha deliciosa geleia de marmelo, por esta altura já totalmente deglutida, com prazer e sem sequelas. À saúde da ASAE e de todas as novas, actuais e futuras, polícias dos costumes, mai'los seus exageros ridículos que cada vez têm menos graça (se é que alguma vez a tiveram).
a

quinta-feira, fevereiro 21

Pipocar



Se há uns anos me dissessem que ia tudo acabar assim, não acreditaria e faria piruetas para desmentir. Mas, hoje, concordo que o cinema visto em sala fica bem melhor com picocas (doces)...
Sempre discretamente, sempre em salas multiplex, sempre em filmes mais "comerciais" e sempre nas sessões da meia-noite, é verdade... Mas assumo-me, não sem algum rubor facial, como mais um dos convertidos aos prazeres reais da mastigação em frente ao grande ecrã.
a

quarta-feira, fevereiro 20

Três Vezes Nada



Três anos passam, hoje. Três anos de um país ainda mais acocorado à tristeza, à cegueira, à asfixia, ao autismo, à arrogância.
Um dia bom para contar uma história que boca idónea me fez saber: um pequeno empresário da construção civil fez trabalhos para o Estado. Trabalhos baratos mas, ainda assim, demasiado caros para poder ser suportados por uma pequena empresa.
Como (ainda) não lhe foram pagos, o homem deixou, a dado passo, de poder cumprir os compromissos de impostos e segurança social. Viu os seus bens penhorados e a empresa fechada. E vê agora a sua casa de família levada a leilão executório.
Como a "justiça" tributária é cega, a casa está a ser vendida apenas pelo preço que corresponde ao remanescente da dívida - um terço do seu valor real. Uma família honesta e trabalhadora (onde já houve até entretanto tentativas de suicídio) está, assim, a ponto de ficar na miséria e debaixo da ponte por causa de dívidas a um Estado que a tudo deu origem, ao não pagar a sua própria.
Num país onde tamanha canalhice possa ser possível e onde a "máquina" tudo tritura, a democracia é uma miragem. E não há razões para celebrar um governo que permita este (e milhares de outros) estado de coisas.
a

terça-feira, fevereiro 19

'Sentante' Portátil


a

segunda-feira, fevereiro 18

"It's Raining Again"



É um dos poucos prazeres gratuitos que sobra (para quem gosta): aguardar pela chegada do João Pestana, no quentinho da cama, com o ruído da chuva lá fora. Esta noite foi um desses casos - e resultou-me num sono tão reparador quanto há muito não conseguia.
Depois acorda-se de manhã e descobre-se para onde fugiram os pesadelos que não nos incomodaram na cama. A realidade fica à vista, na Grande Lisboa e em 'Lisboa Cidade': fornecimento de gás interrompido, lojas e casas inundadas, vias cortadas, caos no trânsito, mortos na enchurrada e as insuficiências no socorro e assistência a pessoas e bens (uma vez mais, uma vez mais...) postas a nu.
É assim todos os anos. Se fosse em Londres, Madrid, Paris ou Nova Iorque, aposto que a população ficaria igualmente resignada, suspirando que "é a vida..." Concordam comigo, não concordam?







a

domingo, fevereiro 17

Cinema com C maiúsculo



Na corrida que se tenta sempre fazer para 'apanhar' os candidatos ao Oscar, antes da cerimónia já a 24 deste mês, chegou finalmente a vez de conseguir pôr os olhos em cima de "Atonement - Expiação".
Vale o que vale, mas confesso que há muito tempo que não tinha o prazer de ver um filme globalmente tão bom. Curiosamente, não sinto que as interpretações se destaquem a ponto de estatueta. Nada vi, nesse campo, de outstanding (descontando os escassos e delirantes minutos finais, com a veterana Vanessa Redgrave quase olhos nos olhos com a câmara), ainda que o casting esteja mais que perfeito.
Apesar disso, não consigo deixar de pensar que as estatuetas de Melhor Filme e/ou de Melhor Realização não ficariam nada mal empregues aqui. Ah, e o mesmo para a banda sonora original.
Odeio os usos gratuitos da palavra "fabuloso", mas é qualificativo que cai como uma luva no trabalho do italiano Dario Marianelli. Não há um compasso, uma nota, uma irreverência fora do sítio - e as imagens ficam ainda mais esplendorosas com a partitura do compositor, que consegue fazer a música quase viver como uma personagem. Soberbo!
a

sábado, fevereiro 16

40 por 40



Noites boas, como o prazer de rever a amizade da também pintora Dina Oliveira, que assinalou hoje 40 anos de vida com um jantar-exposição/venda de outros tantos desenhos da sua autoria, onde se nota que o avanço da idade só traz mesmo (também na arte e na sua prática) vantagens. Comida, bebida, artes e amigos. Boas misturas!
a

sexta-feira, fevereiro 15

Notas Amigas


a

quinta-feira, fevereiro 14

Muito (o) Que Contar

Voltarei a este assunto com mais detalhe, até porque o livro só sai em Abril próximo. Mas ver o grande, enorme e gigantescamente talentoso Henrique Antunes Ferreira a voltar às edições, aqui com os contos das suas memórias da guerra de Angola, é um prazer imenso. É quase tão bom quanto cumprir os nossos sonhos, isto de ver os nossos amigos e ídolos a materializar os seus...

quarta-feira, fevereiro 13

Teaser

Brevemente nas bocas do mundo...

a

terça-feira, fevereiro 12

The Orchard


Olhos à espreita e ouvidos à escuta para o lançamento iminente, em Portugal, deste "The Orchard", terceiro álbum de originais da norte-americana Lizz Wright. Os primeiros dois lançamentos da cantora para a editora Verve (“Salt” e “Dreaming Wide Awake”) estabeleceram-na como uma das mais celebradas estrelas do jazz do mundo, tanto enquanto compositora de mérito como uma cantora versátil e profundamente expressiva.
Com este novo álbum, a artista nascida na Georgia e estabelecida em Nova Iorque dá um salto em frente substancial, pulando por sobre as distinções de género e criando um trabalho tão vibrante quanto intensamente criativo.
Composto na sua maior parte por criações de Lizz Wright, “The Orchard” mostra-nos uma artista ainda mais madura e confiante, criando um manifesto musical declaradamente pessoal. O calor e a ressonância da sua voz contralto e das raízes gospel encontra terreno fértil na intimidade e autoridade de composições originais como "Coming Home," "My Heart," "Another Angel" e "When I Fall." Os talentos interpretativos de Wright são igualmente impressionantes em releituras de temas como "I Idolize You” (um clássico de Ike e Tina Turner), "Thank You” (famosa balada dos Led Zeppelin) ou "Strange” (de Patsy Cline).
“The Orchard” confirma Lizz Wright como uma das artistas mais especiais do momento actual e será, sem dúvida, um marco na sua carreira. Nota-se nele o reflexo de uma aprendizagem humilde que agora desemboca num retrato intimista de paisagens, histórias e sensações quase palpáveis. Um disco de uma mulher que se sentiu finalmente livre a ponto de deixar-se embalar pelo instinto, levando a sua magnífica voz a novos patamares, do swing ao groove, passando pelo folk-rock e pelo R&B/blues, sem perder de vista os terrenos sólidos da sustentação neo-soul/jazz.
a

segunda-feira, fevereiro 11

Utilitários

Quando é impossível mostrar o "amor" por certas criaturas, abençoados os objectos...


a

domingo, fevereiro 10

Chekxo?

Dose tripla em videoclip, na justa homenagem ao Serviço Nacional de Saúde britânico.....






a

sábado, fevereiro 9

No Ar (repeat)



Hoje e amanhã, das 16h00 às 20h00, de novo atrás do microfone e da consola da Rádio Europa Lisboa. Dose repetida no próximo fim-de-semana. :-)


a

sexta-feira, fevereiro 8

O Telefonema



(Sexta-feira à noite. No hall de entrada de uma casa qualquer)
A: Vamos ter de acabar isto.
B: Acabar?!? Porquê???
A: Não me sinto capaz de erguer da miséria em que me arrasto todos os dias; nem tenho forças para a continuar a esconder das pessoas a quem amo. É como se as luzes ao fundo do túnel se tivessem apagado de vez. Acho que vale a pena fazer-lhes justiça e substituir as metáforas por acontecimentos reais. Mesmo.
B: Outra vez a conversa do "chegou o fim" e renhaunhau?
A: Sim...
B: Estou a um passo de sair porta fora! Já não suporto esta tua lamechice diária!!!
A: Acho que fazes bem. Nem esperava que viesses cá, tinha-te pedido que não aparecesses hoje...
B: Quando quiseres enfrentar a vida, se quiseres de facto enfrentar a vida, liga-me! Até lá, mantém distância! E vê se deixas de beber, já mal te tens de pé, que vergonha!!!
(B abandona a cena, batendo a porta. A "fala com os seus botões")
A: Graças a Deus foi-se embora... Finalmente posso deitar-me e deixar de combater o efeito dos comprimidos... Agora só me descobrem na segunda-feira...

(A sai de cena)


É verdade que nem sempre estás a fazer teatro.
E é bem verdade que até pode mesmo apetecer.
Mas a verdade maior é só uma: o palco da vida não é o mesmo sem ti.
Não saias de cena antes do tempo!


SOS VOZ AMIGA
21 354 45 45 - Diariamente das 16-21h
800 20 26 69 - Gratuito das 21-24h
91 280 26 69 - Diariamente das 16-24h
96 352 46 60 - Diariamente das 16-24h

quinta-feira, fevereiro 7

Ver Para Saber


a

quarta-feira, fevereiro 6

[...]

terça-feira, fevereiro 5

De Espanha e do Mundo


Quando as novidades editoriais são demasiadas e a ritmos por vezes impossíveis de digerir, há coisas que imperdoavelmente nos passam. “Nights from the Alhambra”, da soberba Loreena McKennitt, foi uma delas.
Duplo CD + DVD gravado ao vivo em Granada, Espanha, o trabalho recupera os maiores sucessos da artista cujo berço no Canadá não a impediu de fazer carreira em torno das heranças da música do mundo, das referências celtas às notas do médio oriente.
Aqui, a cantora “socorre-se” de uma banda a preceito dessas mesmas influências, com músicos de Inglaterra, Grécia e Turquia. Para ver e ouvir, um delírio de encantamentos e profissionalismo, num cenário exoticamente apropriado. Gravação em HDTV.


a

segunda-feira, fevereiro 4

Brunados



Que as revistas "do coração", os 'salões' e as mesas de café se encham de referências apaixonadas e contínuas ao romance Nicolas Sarkozy/Carla Bruni, recentemente oficializado em casamento, ainda vá. Percebe-se e sabe-se que a senhora tem classe, além disso é 'toda boa' e além disso ainda toca guitarra e fala francês. O que não percebo são as dezenas de posts assinados no masculino (alguns quase a beirar a demência senil dos velhinhos babosos) publicados sobre o assunto, na zona dita "política" da blogosfera nacional. Será falta de assunto? Ou a necessidade de pegar naquilo que permita fugir ao assunto?
a

domingo, fevereiro 3

Bases, Copos e Finais

sábado, fevereiro 2

Represencantar

Representar, cantar e encantar.
É isso que Bette Midler vem fazendo (as mais das vezes) irepreensivelmente, nas últimas décadas. E mais ainda me convenço disso, agora que há dias, a propósito de trabalho e procurando por referências vídeo de actuações de Peggy Lee, "tropecei" na cover oficiosa do clássico, um original de 1969, criado pela dupla Leiber & Stoller.
Fica-se, de facto, com a sensação de que Midler pode até, como escreve um seu fã no YouTube, interpretar as palavras de uma lista telefónica, sem deixar de ser o espelho do cognome que há muito lhe colaram: "divina".

a

sexta-feira, fevereiro 1

Mistura de Referências




"Remember, remember, the fifth of November..."