Vidas, palavras, ideias e coisas - de dias e de noites - em ambiente (geralmente) citadino

quinta-feira, agosto 2

Companheira, Amiga!


(Tarentola mauritanica)

Dá pelo nome de osga-moura é uma espécie de (obviamente...) osga muito vulgar em Portugal e Espanha (dupla de países agora também conhecida como "a Ibéria de Saramago"). Tem um aspecto achatado (a osga, não o Saramago), com uma grande cabeça bem destacada do corpo, olhos grandes e redondos.
Por cá, as osgas-mouras são abundantes no centro e sul. Gostam de zonas rochosas ou pedregosas, mas também se dão bem em zonas urbanas, onde aparecem principalmente em muros, habitações velhas ou troncos apodrecidos, mas também em casas habitadas.
A minha tem sido uma delas. Sou amigo das janelas abertas, para arejar o lar dos fumos tabacais, odores de comida e resquícios de suor (é menos dramático e assustador que o que parece, note-se). Mas, assim como a prática é higiénica naquilo que deixa sair, também tem franqueado a entrada às amigas. Já vai na terceira, em menos de um mês. Ou então é a mesma, cada vez mais crescida...
Ao arrepio inicial, fonte bem informada contrapôs-me que as ditas bichas evitam os humanos a todo o transe, não são venenosas e a sua alimentação é feita à base de formigas, aranhas, escaravelhos, moscas e mosquitos - coisa óptima para diminuir o risco de picadas nas noites de Verão.
Além disso, as osgas agarram-se às superfícies pelo princípio das forças de van der Waals, numa "cola" tão potente que nunca nos faz correr o risco de levar com uma amiga destas no trombil ou na boca aberta, durante o sono.
Por isso, da próxima vez que virem uma osga em casa, seja ela moura ou assim-assim-mais-ou-menos, deixem-na estar. O serviço público que está naturalmente habilitada a prestar, no controle dos insectos, pode chegar a ser mais útil que o trabalho de um político...
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"Remember, remember, the fifth of November..."