Vidas, palavras, ideias e coisas - de dias e de noites - em ambiente (geralmente) citadino

segunda-feira, dezembro 31

Feliz Ano Novo

Foi assim, mais um ano que passou.
Mais um ano para viver até o que não se quis.
Mais um ano em esperança para ser feliz.
Mais um ano em que tudo ou nada mudou.

Para todos e todas aqueles e aquelas que em 2007 continuaram na minha vida ou nela entraram, com a força da amizade e do amor. Para todos e todas aqueles e aquelas que não conhecem "nem longe, nem distância".


domingo, dezembro 30

O Fim da Mama



Concluído o seu ano sabático de glória fácil à frente da presidência da União Europeia, José Sócrates tem agora a ingrata tarefa de voltar a comandar os destinos da ridiculamente auto-proclamada "West Coast of Europe", voltando a sujeitar-se ao escrutínio diário, ao enfado maior de ter de prestar contas, responder a perguntas nacionais e assistir a manifestações em crescendo de um povo endividado, desempregado e frustrado, quase para lá de alívios e em rota acelerada a caminho do desespero.
Depois de meses a fio de ilusões de grandeza europeia, durante os quais o país real ajoelhou ainda mais, o regresso à liderança diária do Portugal dos pequeninos é, só por si, um bom castigo. Em 2007, o pântano nacional alargou, estagnou e ficou ainda mais fétido. As melgas e mosquitos vão, por isso, picar como nunca o governo e o seu líder. Não mata, mas mói. E ainda bem.
a

sábado, dezembro 29

Da Pop ao Jazz



Julia Fordham está de regresso às edições discográficas, desta vez em moldes muito diferentes dos habituais. A cantora 'migra' da pop para o jazz; e de uma editora discográfica formal para uma start-up digital, acabada de abrir nos EUA, a NovaTunes.
"China Blue" leva a cantora a repescar, para um formato jazzístico, alguns dos seus sucessos anteriores (como o que dá nome a este álbum), aos quais se juntam standards vários do Great American Songbook. A disponibilização do álbum para download na Internet deverá estar efectiva já em Janeiro.
a

sexta-feira, dezembro 28

Sem Comentários

quinta-feira, dezembro 27

Coisas Minhas



O webring “100 Things About Me” teve início no ano 2000. Um cibernauta escreveu 100 referências autobiogáficas e desafiou 100 contactos da sua mailing list a fazerem o mesmo, no prazo máximo de 100 dias.
A coisa acabou por tomar proporções gigantescas e é, actualmente, um fenómeno com milhões de aderentes. Sem dúvida, graças ao facto de ser um exercício de memória e auto-análise extremamente divertido e sem compromissos.
Aqui ficam as minhas 100, devidamente actualizadas:


1. Fui uma das criancinhas fundadoras do Coro Infantil de Santo Amaro de Oeiras. E tenho um prazer desmesurado em afirmá-lo.
2. Sou doido por capilé.
3. Tenho uma prateleira especial onde deposito objectos que me trazem recordações desde os 18 anos.
4. Nunca mais na vida votarei PS.
5. Tenho um desejo crescente de ter um relógio Panerai.
6. Adoro cantar, mas tenho uma vergonha enorme de ser ouvido.
7. Nunca evito as coisas que me dão prazer.
8. Não teria problemas em ser mudo, se pudesse continuar sempre a escrever.
9. Sempre me senti bem vestido totalmente de preto.
10. Ando quase sempre nu quando estou sozinho em casa.
11. Os Cocteau Twins são a minha banda preferida.
12. Os Dead Can Dance e os Fleetwood Mac vêm logo a seguir.
13. Prefiro vozes femininas a vozes masculinas.
14. Tenho um medo terrível de falar em público, mas estou sempre a fazê-lo.
15. Gosto de dormir de manhã e trabalhar à noite.
16. Não consigo reconhecer mesmo as pessoas mais íntimas, se passam por mim na rua de óculos escuros.
17. Se um dia me for diagnosticada uma doença degenerativa incurável, optarei sempre pelo suicídio.
18. Sou dos que acham que não há melhor companhia para o leite que Special K frutos vermelhos.
19. Mário Viegas foi a pessoa que me deu mais prazer entrevistar.
20. Um dos meus maiores sonhos é poder viver integralmente da escrita.
21. Tenho um pavor irracional a agulhas e seringas.
22. A visão do sangue faz-me quase sempre desmaiar.
23. Repugna-me a ideia do confronto físico, mas fico cego aos riscos quando tenho de recorrer a ele.
24. Acho mais difícil matar um animal que uma pessoa.
25. Crianças aos gritos em locais públicos põem-me fora de mim.
26. Tenho um profundo asco à incompetência.
27. É quase tão grande quanto o que tenho à arrogância.
28. Adoro o exercício de usar muletas de linguagem sem que os outros se apercebam.
29. Estudei a fundo as técnicas policiais de detecção de mentiras, para poder mentir ainda melhor.
30. Gosto muito de mulheres com pelo na venta, desde que não tenham bigode.
31. Deixo crescer o meu quando estou em mudança, para o poder cortar como símbolo de um reequilíbrio posterior.
32. Nos sítios certos, sou capaz de gastar uma fortuna numa refeição e encarar a despesa como um investimento.
33. A minha bebida preferida é a vodka.
34. A fidelidade é um conceito com várias leituras e interpretações.
35. Adoro jogos de computador, consolas e aparentados.
36. Detesto visceralmente sentir areia no corpo.
37. A minha casa de sonho tem uma casa de banho enorme e um quarto de vestir.
38. A pior oferta que me podem fazer é uma caixa de Ferrero Rocher.
39. Já experimentei todo o tipo de estupefacientes.
40. Poucas coisas me dão mais gozo que o deixar que pensem que me estão a conseguir seduzir.
41. Tive uma infância infeliz e uma adolescência mais infeliz ainda.
42. Sinto-me emocionalmente e psicologicamente velho desde os 24 anos.
43. O momento mais embaraçoso da minha vida aconteceu quando, no fim de uma conversa com uma antiga colega de faculdade que encontrei por acaso, chegámos à conclusão que eu a estava a confundir com outra pessoa.
44. Nunca seria capaz de aceitar um cargo de poder.
45. Fiz xixi nas calças de tanto rir quando vi o primeiro filme pornográfico português.
46. De dois em dois meses aproximadamente, tenho como ritual de prazer fazer uma lauta comezaina num restaurante de fast-food.
47. De vez em quando, ainda como papas de bolacha para bebé ao pequeno-almoço.
48. Adoro receber cartas de amigos e familiares pelo correio.
49. Nunca atendo a campainha da porta se as pessoas não estão previamente anunciadas.
50. Nunca atendo chamadas telefónicas com número anónimo.
51. Paris é a minha cidade preferida.
52. Não há gastronomia nem champanhe como os de França.
53. Não hei-de morrer sem voltar ao Lago de Como.
54. Irritam-me solenemente os concertos em salas com plateia sentada onde a organização tira as cadeiras e só deixa lugares de pé.
55. Adormeço sempre com mais facilidade quando ouço barulho de chuva ou de ondas.
56. Não consigo adormecer se ouvir barulho de torneiras a pingar.
57. Detesto andar de avião.
58. Deixo muitas vezes os iogurtes passarem o prazo de validade.
59. Tenho uma série de ódios de estimação.
60. Alguns deles são pessoas e não vejo a hora de lhes poder ser “bom”…
61. São poucos os locais ou transportes públicos onde me consigo sentar com espaço suficiente para as pernas.
62. Acho muita piada aos cigarros de mentol.
63. Raramente ou nunca faço a cama depois de acordar.
64. Gosto muito de cozinhar.
65. Devoro todo o tipo de cogumelos que me colocarem à frente.
66. Não gosto que me façam festas na cabeça.
67. O meu cão de infância era um pastor alemão.
68. De vez em quando, faço criação de hamsters.
69. Sim, sim.
70. Os Zippo são os meus isqueiros preferidos.
71. O barulho de tesouras faz-me cócegas.
72. Sempre que acordo por despertador ou telefone, fico irritadiço.
73. Bebo mais de meio litro de café por dia.
74. Detesto que roam unhas à minha frente.
75. Só sou capaz de vomitar quando estou severamente doente.
76. Duche é lavagem; banho que é banho, só mesmo em jacuzzi.
77. A minha figura histórica preferida é Che Guevara.
78. Todos os filmes de terror são bons, mesmo que sejam maus.
79. Tenho na cara um sinal de nascença que as pessoas confundem muitas vezes com uma marca de batom, denunciando o facto e olhando para mim com um sorriso malandro e uma cumplicidade despropositada.
80. Uma caneta Montblanc é um luxo a que todos deveriam ter direito.
81. O meu primeiro emprego foi ao balcão de uma discoteca. Foi um dos trabalhos mais divertidos e mais bem pagos que alguma vez tive.
82. Foi também o início da minha péssima relação com patrões, coisa que regra geral ainda hoje se mantém.
83. A maior alegria da minha vida foi o nascimento do Rodrigo.
84. A maior tristeza da minha vida foi a morte da Sofia.
85. Trabalho muito bem sob pressão, até mesmo na parte criativa.
86. Os melhores serões de Inverno são aqueles que passo sentado no sofá, embrulhado em mantas, a comer biscoitos com chocolate e marmelada e a ver um bom filme.
87. Os Donuts são o meu snack preferido. Os clássicos, claro. Todas as variantes são uma porcaria.
88. Detesto gente casca-grossa.
89. Sou um zero à esquerda em Matemática.
90. Experimentei picanha pela primeira vez apenas aos 28 anos.
91. O Alasca e a Austrália são os meus destinos de sonho ainda por cumprir.
92. Em termos de cidades, o mesmo se passa com São Petersburgo.
93. Às vezes olho para as minhas fotos de adolescente e não me reconheço.
94. A minha professora primária chama-se Dª Jacinta e nunca a vou esquecer, por tudo quanto são boas razões.
95. Sinto-me intimidado cada vez que entro numa igreja.
96. Já fui a Nova Iorque três vezes mas nunca me preocupei em ver a estátua da liberdade.
97. Adoro comics, especialmente os da Marvel.
98. Tenho a sensação que vou morrer aos 55 anos, em circunstâncias normalíssimas.
99. Sou incapaz de piratear CD’s e DVD’s.
100. O meu ponto mais especial de inspiração é o promontório da Foz do Arelho, especialmente quando está bom tempo e podem distinguir-se claramente, ao fundo, as Berlengas.
a

quarta-feira, dezembro 26

Artes de Natal



Mais um exemplo da "modernização" das tradicionais aplicações de feltro de Nisa. Um Pai Natal para 'envelopar' garrafas de vinho, direitinho para a mesa da Consoada.
a

Redescobertas



Quase, quase a chegar aos 20 anos passados sobre este "My One Temptation", primeiro hit-single da britânica Mica Paris, fica-se com a amarga sensação de uma carreira sistematicamente "ao lado", injustiça clara para uma das melhores vozes da Soul contemporânea. Ou uma das melhores vozes contemporâneas, ponto.
Anita Baker, Will Downing, Prince, Natalie Cole, Courtney Pine, Stereo MCs, Guru, James Ingram, Bobby Womack ou Dave Gilmour foram apenas alguns dos nomes que não passaram sem a sua colaboração. Até à data, o magnífico álbum de covers "Soul Classics", de 2005, é o último trabalho discográfico da cantora, em visita ao Great American SongBook e muito longe da onda pop dos 80's.
Basta espreitar o vídeo desta versão ao vivo de "Summertime" para perceber que há aqui, de facto, uma voz para (re)descobrir com urgência.
a

terça-feira, dezembro 25

[...]


segunda-feira, dezembro 24

Se Eu Não Vos Tivesse...

Este vai com dedicatória especial a todos(as) os/as amigos(as), longe e perto, que "teimaram" em permanacer na minha vida este ano, mesmo face ao enorme defeito da minha ausência, em (infelizmente) muitos casos. E vai também, de forma especial, aos e às que emergiram em 2007, contra a corrente. "Que seja um bom Natal, para todos nós".

a

domingo, dezembro 23

Cartão

Sem dúvida - e que me desculpem os outros - o cartão de Natal com mais impacto que recebi este ano. Saído da fé e da criatividade do designer gráfico Nelson Gago.


Natália




De Ana Paula Costa, por oferta da REL, chegou-me às mãos a magnífica fotobiografia de Natália Correia, uma edição da Dom Quixote. São 288 páginas em capa dura, numa obra de luxo que arrepia pela qualidade... e pela recuperação da memória de uma daquelas mulheres "que já não se fazem". Um aplauso à autora e um beijinho à Antonieta, pela carinhosa oferta.
a

sábado, dezembro 22

Rolos

O regresso do frio normal à nossa invernia; e as necessidades de poupança energética cada vez mais na ordem do dia (tanto por questões ambientais como de economia caseira) estão a fazer regressar, em força, os "rolos" do tempo das nossas avós, ideiais para vedar portas e janelas, com um espírito bem mais 'romântico' e visualmente agradável que as pistolas de silicone e as fitas-colas calafetantes. É sempre interessante ver as "coisas do antigamente" voltar a estar na moda.

Coração Recheado



Preparo-me para dormir de coração recheado, depois de ter estado no OndaJazz, na primeira das duas "Noites Azuis" já aqui referidas, em angariação de fundos para ajudar à recuperação do músico João Falcato, a cuja divulgação emprestei a minha ajuda profissional. E foi de facto impressionante ver a casa cheia como um ovo, com palco e sala à cunha, onde apesar disso ainda cabia sempre "mais um", a cantar, tocar ou simplesmente assistir, a bem da amizade, da entreajuda e da esperança servida com música. São noites como esta que nos provam a capacidade que até os meios mais pequenos têm para mobilizar-se e fazer coisas gigantes.
a

sexta-feira, dezembro 21

Sinais de Luz



Agradam-me muito, mesmo andando arredio de quaisquer formas de fé (ou talvez por isso mesmo...), os sinais positivos que a vida nos coloca, à frente dos passos. Preparando-me já para um Natal com mais tristezas que devia, fui ontem surpreendido por este objecto, prostrado no passeio.
Alguém terá deixado cair ao chão esta pequena árvore de Natal de pendurar - e estava destinado que eu a visse e recolhesse. Para fazer agora parte das decorações de quadra, em minha casa, na qualidade de prova visual da existência de pequenas luzes, em forma de coincidência...
a

quinta-feira, dezembro 20

"Se fosse eu a mandar..."



A sanha higienizadora e pidesca dos fundamentalistas anti-tabaco continua a mostrar-se um pouco por todo o lado. Voltei a tropeçar nela no Arrastão, de Daniel Oliveira, a propósito deste post, no qual o autor apela aos seus leitores para lhe enviarem nomes e moradas de restaurantes, bares e discotecas onde se possa continuar a fumar, depois de 1 de Janeiro de 2008.

Para cima da ideia (um futuro roteiro de smoking areas, útil a quem fuma e não quer deixar de o fazer), na caixa de comentários, saltaram de imediato as aves de arribação do costume, com aquela mística salazarenta de quem rosna contra os "perigos" da divulgação desses sítios onde o fumo do cigarro continuará a ser possível, mesmo que em condições muito restritas e concretas.
"Eles", que garantem a pés juntos nunca vir a pôr os pés nesses antros de vício, nessas "ilhas" de liberdade condicionada para quem fume, vão mais longe e insurgem-se contra a sua existência, prevista da Lei que os próprios aplaudem (embora apenas na parte que lhes interessa, claro...).
É fácil encontrar estes seres nestas causas, muito terra-a-terra, como o cão do caçador, que "não come nem deixa comer". "Eles" jamais irão a esses restaurantes, bares e discotecas e nem aceitam que esses sítios estejam lá, para quem legitimamente os procure.

É fácil, a certos portuguesinhos, atacar a liberdade dos vizinhos do lado, os "normais", os "não-poderosos". Percebe-se: custa muito defender causas sociais fracturantes. Dá muito trabalho apoiar causas beneméritas relevantes. E é muito arriscado agitar bandeiras contra (nomeadamente...) grandes corporações empresariais e/ou políticas governamentais que atacam direitos, liberdades e garantias fundamentais.

Em todos nós, de resto, há um ditadorzeco de trazer por casa, poucochinho e onanista, básico e primata, pronto a alardear barbaridades do género "o mundo só será um bom sítio para se viver quando todos pensarem e agirem como eu quero". Infelicidades do genoma humano, nascermos todos com esta coisa tão baixa cá dentro; e desgraçadamente tão cheia de potencial de crescimento...

Os cidadãos aprendem a amordaçar esse fantasma ditatorial de onde despontam os Hitlers de pacotilha, mais cedo ou mais tarde, quando e se os deixamos. Os "mandadores", esses, deixam sair o seu fantasminha do bolso, com rédea solta, sempre que a frustração do dia-a-dia lhes racha o verniz, com o rasteiro "se fosse eu a mandar..." prontinho a saltar da boca.
a

quarta-feira, dezembro 19

???



Como pode alguém ou alguma coisa ser contra-natura, se a própria Natureza permite o seu nascimento e/ou a sua existência?
a

terça-feira, dezembro 18

O Putedo do Cinema Nacional





A "transgressão" está definitivamente na moda, no que respeita ao cinema português. Só é pena que seja cada vez mais via putedo: primeiro com "Corrupção" e agora com "Call Girl". Neste último, aliás, Soraia Chaves reincide e reinventa o que já tinha feito, de forma diferente, com a sua personagem em "O Crime do Padre Amaro": o papel de putar. O filme novo, esse, será certamente um sucesso. Afinal de contas, a mistura de vernáculo a despropósito, "caras e bocas", chicotes, mauzões, corruptos, mamas de fora e passarocas/rabos ao léu é receita pronta-a-comer, especialmente em tempos de bitola baixa. "Call Girl" estreia a 27 de Dezembro, logo depois da chatice cinzentona do Natal, do Menino Jesus e da Virgem Maria. E a julgar pela sinopse e pelo trailer, tem todas as condições para trazer-nos uma quadra festiva muito mais animada.
a

segunda-feira, dezembro 17

Música a Muitas Mãos



João Falcato (http://www.myspace.com/joaofalcato) sempre deu tudo pela música. Quando se fala em pisar um palco, a sua disponibilidade é enorme, seja através da produção dos seus próprios concertos ou da transposição da sua experiência como professor de piano. Ao longo dos anos, João Falcato deu a descobrir diversos talentos, rejeitando sempre o protagonismo e demonstrando uma enorme simplicidade e generosidade. É um amante dos sons e da música dos outros: os seus arranjos, as suas composições, a sua imaginação e a sua sede de música são impressionantes.

Recentemente, o músico foi vítima de um acidente vascular cerebral. Hoje, por isso, os seus ritmos estão bloqueados e a sua música em silêncio. Mesmo guardando o seu sorriso, João Falcato não consegue tocar. Para além do facto da música ser a sua paixão e uma parte do seu universo, também é o seu trabalho, o seu talento. Que agora está impedido de exercer e expressar.

É a hora, por isso, de amigos e colegas lhe retribuírem a generosidade. A 21 (Sexta) e 22 (Sábado) de Dezembro, no Ondajazz (Arco de Jesus, Nº 7, a Alfama), nomes grandes do jazz e da música popular portuguesa reúnem-se para duas “Noites Azuis”, de esperança, de calor e de música.

Mafalda Sacchetti, Filipa Pais, Joel Xavier, Victor Zamora, Maria Anadon, Paulo de Carvalho, Laurent Filipe, Joël Silva, Filipe Melo, Gustavo Roriz, Guto Lucena, Júlio Resende, Filipe Raposo, Dudas, Alexandre Frazão, Magda Mendes, Dina, Norton Daiello, Milton Batera e os Couple Coffee são alguns dos nomes em cartaz.

A receita angariada com as entradas destes concertos reverte inteiramente a favor da família de João Falcato.

Além de outras iniciativas musicais de solidariedade que continuam a desenhar-se, foi também aberta uma conta bancária na Caixa Geral de Depósitos (NIB: 003521700001477430060) de forma a permitir, a todos os que o desejem, efectuar uma transferência para ajudar o músico a fazer face aos encargos da recuperação e dos tratamentos.



Dia 21 (Sexta)
23H00
Entrada: 8€
Paulo de Carvalho (voz), Victor Zamora (piano), Mafalda Sacchetti (voz), Joel Silva (bateria), Couple Coffee (voz e baixo), Sergio Crestana (baixo), Adriana Micky (voz), Magda Mendes (voz), Dina (voz e guitarra), Miguel Castro (viola acústica), Sebastien Scheriff (percussões), Milton Batera (bateria), Filipa Pais (voz), Maria Anadon (voz).

Dia 22 (Sábado)
23H00

Entrada: 8€
Filipe Melo (piano), Couple Coffee (voz e baixo), Joel Silva (bateria), Laurent Filipe (trompete), José Menezes (saxofone), Living Thing, Júlio Resende (piano), Joel Xavier (guitarra), Dudas (guitarra), Alexandre Frazão (bateria), Guto Lucena, Gustavo Roriz (contrabaixo), Milton Batera (bateria), Sergio Crestana (baixo), Magda Mendes (voz), Adriana Micky (voz).
a

domingo, dezembro 16

A Ortografia da Merda



Circula já na net uma petição contra a nojeira sem vergonha que é mais um passo (protocolo modificativo) a caminho da consolidação do tristemente famoso "acordo ortográfico", com o objectivo claro de esfrangalhar o que ainda vai sobrando da dignidade do Português de Portugal.

Recomenda-se a assinatura da mesma a todos(as) aqueles(as) que ainda não estejam na disposição de entregar a sua língua pátria ao desvario da bitola baixa dos governantes e ao delírio de alguns "estudiosos". Porque o Português de Portugal, falado e escrito, não é para mudar por decreto. Nem muito menos para ser dado de bandeja, embrulhado em papel pardo e barrado em cocó de cão.
a

sábado, dezembro 15

Comidas Solidárias



Mão amiga e oportuna faz-me chegar esta sugestão para jantares de Natal, enquanto outras já previamente me recomendavam a mesma instituição para quaisquer refeições do dia-a-dia: a Casa de Protecção de Stº António (Calçada das Necessidades nº2, Tel: 213952794 ou 213955241).

Esta IPSS pode também ser encontrada aqui. No sítio em causa, carregar no botão "Entrar" e depois no botão "como ajudar". Para ver pratos disponíveis e respectivos preços, clicar em "nossa carta".

Dizem-me ser tudo óptimo e as doses, "gigantes". Uma vez que a Casa de Protecção de Santo António é uma instituição de solidariedade que ajuda mães solteiras - e tem as dificuldades do costume para quem vive a ajudar o próximo, neste mundo cão - a minha recomendação só pode ser uma: Encomendem e Divulguem!
a

sexta-feira, dezembro 14

Três Noites de Trindade




Com novo álbum na forja, depois de um ano a desbravar fronteiras ao vivo por todo o mundo, a divina (sim, eu sou suspeito para adjectivá-la com isenção, mas que se lixe...) Mafalda Arnauth só podia mesmo acabar o ano com o regresso em grande, a Lisboa.

Vão ser três noites de consagração, hoje, amanhã e Domingo, às 21h30, na magnífica sala principal do Teatro da Trindade. Acompanham Mafalda os "bravos" Paulo Parreira (guitarra portuguesa), Luís Pontes (guitarra clássica), Fernando Júdice (viola baixo) e Ramon Maschio (guitarra clássica).

Em palco, no espectáculo "Flor de Fado", alguns dos maiores êxitos da fadista; clássicos do Fado de sempre e seis temas novos, três dos quais inéditos, a incluir no próximo álbum, com saída prevista para 2008.

Lá estarei. E você? Se ainda não tem o seu bilhete, por que espera? :-)
a

Anti-Toxinas



Memórias de agorinha mesmo, numa noite de música no OndaJazz, em Lisboa, a ouvir a voz de Maria Anadon, acompanhada por Victor Zamora (Piano), Massimo Cavalli (Contrabaixo) e Marcelo Araújo (Bateria). Na companhia de dois mojitos e uma tosta mista, para dormir mais aconchegado...
a

quinta-feira, dezembro 13

O Clister Adiado



Com a aprochegação do fim do ano e os balanços que habitualmente se promovem, apenas constato, neste momento, o que deveria ser óbvio - mas não é. O desemprego sobe. A educação desce. O Norte está a saque das máfias. Lisboa a saque dos políticos e dos interesses corporativos. O Alentejo perdeu a eira e a beira. O ALLgarve, bom, é o que se sabe e o que se vê. Na Madeira, reina incólume a versão suavizada de Jabba the Hutt.
Na nova campanha para promover a imagem do rectângulo, os pontas-de-lança são a Mariza do costume, um miúdo que dá pontapés na bola e faz festas com putas e um treinador de futebol que se auto-intitula "o special one".
Professoras cancerosas têm de ir queixar-se à televisão para lhes ser reconhecida a doença incapacitante. O armazém onde estavam armazenados alimentos para uma festa de Natal com cidadãos sem-abrigo da capital foi assaltado.
As câmaras municipais estão a endividar-se à banca para pagar as dívidas aos fornecedores. As greves duram apenas um dia, encostado aos fins-de-semana, não se sabe bem para quê a não ser estorvar quem trabalha, com os governantes a rir-se delas. Alguns polícias que disparam em legítima defesa ou no exercício das suas funções são crucificados. Outros polícias estão na caça à multa um quarteirão abaixo de verdadeiras batalhas campais entre criminosos e desordeiros.
Há alunos a mutilar impunes os carros dos professores. Há professores agredidos pelos pais desses alunos. Há alunos a ter aulas em salas de gelo. Há velhinhos a morrer em casa na solidão do frio e a dar sinal de vida, à vizinhança desatenta, apenas quando o cheiro a podre fica "estranho".
Há a total impunidade dos poderosos e a total impotência dos outros. Há criancinhas a exigir bens materais aos pais que estão impedidos de sovar a ganância porque parece mal. Há faculdades a ejacular licenciados que já nem a restauração ou a limpeza de escadas conseguem absorver. Há corruptos e corruptas a rir-se da Justiça, enquanto continuam a fazer favores e a depauperar o erário público ou a fugir aos impostos.
E há todo um povo, depois, a quem nada importa desde que haja novelas, futebol, gajas boas, tricas dos famosos e uma mini com tremoço. A geralíssima e esmagadora maioria dos rabos portugueses está tão servil e agachada, com nádegas tão indiferentes e calejadas, que já não vai ser acordada só com uma palmada de aviso.
Daqui para a frente, menos que um clister diário será esforço e recursos deitados à rua. Porque as entranhas do Portugal de hoje não são capazes, por si só, de expelir toda a merda acumulada.
a

quarta-feira, dezembro 12

Sem Comentários


a

terça-feira, dezembro 11

Maria Anadon no OndaJazz



Já nesta quinta-feira, 13 de Dezembro, pelas 23h00, a voz (e que voz!!!!) de Maria Anadon volta a ser "rainha" no palco do OndaJazz, em Lisboa. A proposta? Standards de Jazz, claro, mas espaço também para alguns temas menos conhecidos que vão ter estreia absoluta pela cantora.
O espaço dispensa apresentações: uma atmosfera de meia-luz, onde as vozes em conversas amenas e os copos que se saboreiam são os primeiros a pedir pelo jazz. Um pedido ao qual Maria Anadon e o seu trio farão questão de responder à letra, quando subirem ao palco do OndaJazz: "Stolen Moments", ou ainda "Wouldn't It Be Loverly" - parte da banda sonora do filme My Fair Lady - são apenas alguns dos temas que fazem parte do repertório para esta noite.
Mas o destaque vai inteiro para as canções "Come Rain or Come Shine", "Stockholm Sweetn'" e "A Sleeping Bee", temas que até aqui nunca foram interpretados ao vivo pela cantora.
Acompanhando a voz de Maria Anadon, Victor Zamora (Piano), Massimo Cavalli (Contrabaixo) e Marcelo Araújo (Bateria) dão o mote para a fusão entre os ritmos latinos e o jazz, que tão bem descreve a música e a presença de Maria Anadon em palco: um lugar onde a sensualidade, a doçura e a sofisticação se alinham numa harmonia perfeita, num misto de elegância e provocação.
a

segunda-feira, dezembro 10

Dame Shirley



A comemorar 70 aninhos de vida em 2007, depois do mais-que-bem-sucedido single "The Living Tree", em Abril último, Shirley Bassey lançou o seu primeiro álbum de moto próprio no espaço de uma década. A receita do disco é muito estranha, ainda que cativante: novos temas, covers de terceiros (onde não falta a interpretação de "Get the Party Started", um original de... Pink!), temas antigos com vocalizações gravadas e "simples" remisturas.



A grande salada compreende coisas como "Big Spender", "I Who Have Nothing", "This Is My Life", "You Only Live Twice" e versões de "Slave to the Rhythm" (êxito de Grace Jones) ou a total transfiguração do (para mal de muitos pecados...) eterno "I Will Survive", mega-hit de Gloria Gaynor.
Apetece aplaudir, acima de tudo, três coisas em 'Dame' Shirley Bassey: o espírito de resistência às mil adversidades de vida e carreira; a constante capacidade de adaptação aos novos tempos... e uma voz que - milagres? - não envelhece. Afinal, e apesar de todos sabermos os milhões de truques que podem hoje fazer-se em estúdio, coisas como esta não são obra de máquinas...
a

domingo, dezembro 9

Paris



Impossível não recomendar a (re)visão do filme “Paris, Je T’Aime”, no qual a cidade mais romântica do mundo foi vista, em 2006, pelos olhos de alguns dos mais aclamados cineastas desse mesmo mundo.
Cada realizador foi convidado a contar uma história de cinco minutos, tendo como pano de fundo um dos bairros da capital francesa. O resultado é um caleidoscópio genial de 18 histórias de 18 realizadores (Olivier Assayas, Gérard Depardieu, Joel & Ethan Cohen, Wes Craven, Alfono Quarón, Alexander Payne, Walter Salles e Gus Van Sant, entre outros) sobre alegria, separação, encontros inesperados, estranhos recontros… e sobretudo, sobre amor.
Maggie Gyllenhall, Ben Gazzara, Gena Rowlands, Steve Buscemi, Miranda Richardson, Leonor Watling, Emily Mortimer, Nick Nolte, Fanny Ardant, Bob Hoskins, Elijah Wood, Juliette Binoche, Willem Dafoe e Natalie Portman são apenas alguns dos nomes que dão corpo às histórias.
Para quem ainda não teve a suprema felicidade de ver esta obra de arte, no cinema ou na TV, aqui fica o aguçador de apetite, com o DVD à espreita:


a

sábado, dezembro 8

Little Gorgeous Things





sexta-feira, dezembro 7

Vidas Ameaçadas

País pequenino, merdoso, "uma coisa em forma de assim", para nos envergonhar a todos, quando instituições como a linha telefónica SOS Voz Amiga, prestes a completar 30 anos de existência, não podem comemorar a data como tão bem merecem. E não podem comemorar a data porque lhes paira, por cima, cada vez mais real e ameaçadora, a falta de apoios, de fundos oficiais, de voluntários(as) e de um espaço compatível condigno, havendo mesmo o risco de não só não poderem voltar a alargar o horário de atendimento às madrugadas, como terem de abandonar as actuais instalações.



Depois de mais de dois anos a ajudar a Raríssimas com o meu trabalho, esta será, assim, a minha próxima causa: comunicar a credibilidade e a importância do Centro SOS-Voz Amiga, um serviço de ajuda pontual em situações agudas de sofrimento causadas pela solidão, ansiedade, depressão e risco de suicídio. E encontrar-lhes novos apoios.

21 354 45 45 - Diariamente das 16-21h
800 20 26 69 - Gratuito das 21-24h
91 280 26 69 - Diariamente das 16-24h
96 352 46 60 - Diariamente das 16-24h

O serviço de apoio telefónico prestado pelo Centro SOS Voz Amiga também depende das constribuições financeiras de particulares e empresas, que constituem verbas abatíveis em sede de IRS e IRC.

Os donativos podem ser depositados na Caixa Geral de Depósitos (NIB 0035 0697 0021 5459 63254) ou através de cheque ou vale postal para a seguinte morada:

Liga Portuguesa de Higiene Mental
Largo de Andaluz, n.º 15 – 7º Esq.
1050-004 Lisboa
a

quinta-feira, dezembro 6

Reflectidos



"REFLECTIDOS". É este o nome da nova série de trabalhos que o meu saudoso Lois Corvera, expoente da arte galega contemporânea, acaba de estrear em rodagem por Espanha, Itália - e brevemente Portugal. O artista plástico volta assim finalmente às exposições, quatro anos depois da sua mostra "Ciencia e Traicion" na Casa das Artes de Vigo, com pintura, gravura e escultura. Brevemente, vai "obrigar-me" a uma viagem a Norte, para ver as novas obras, "em directo". E há viagens que se fazem com uma perna às costas, quando o motivo é tão forte quanto apoiar a obra e o trabalho de um amigo.







a

quarta-feira, dezembro 5

Galardões

Prémio "Vai-te pentear, m'lher!" da semana, para Rita Pereira.


a

terça-feira, dezembro 4

Rita Guerra ao vivo na Internet

Muito, mas muito mesmo, me saiu da pele... Mas a verdade é só uma: quando se quer MESMO, as coisas acontecem. E este é um concerto ao vivo na internet que acontece porque eu quis MUITO e não "larguei o osso" enquanto não o viabilizei, tanto em produção como em patrocínios, sem esquecer a promoção e as relações públicas. Perdi muito sangue, suor e lágrimas. Mas é isso que sempre fiz, faço e farei para os artistas meus clientes. Quanto à minha querida Rita Guerra, ele aí está, finalmente: o concerto comemorativo dos seus 25 Anos de Carreira, ao vivo e em directo na internet (em http://www.cartridgeworld.pt/). Para ver e ouvir esta terça-feira, 4 de Dezembro, às 22h30!

segunda-feira, dezembro 3

Coisas de Lápis e Papel

(clicar para aumentar)

















domingo, dezembro 2

Costas para Cima


Há alturas em que a música e o glamour se encontram na perfeição - e esta é uma delas, ainda que infelizmente o luxo tenha um preço: à roda de 200 euros. Edição comemorativa do 10º Aniversário da série "Hotel Costes", com 10 CDs prensados a ouro e acondicionados em outras tantas gavetas, numa caixa de aveludado vermelho. O design pertence a Jacques Garcia, que também assina a criação do booklet de luxo, com 52 páginas onde se encontra a lista das 151 canções, "embrulhadas" em fotos do hotel.
Para ouvir, edits, dubs e remixes de gente como Pink Martini, Gotan Project, Shirley Bassey, Thievery Corporation, Tosa, Troublemakers, Grace Jones, Rouge Rouge, Variety Lab, DJ Cam, Rinocerose, De Phazz, Zuco 103, Dublex Inc, I Cube, Cesária Evora, Femi Kuti, Slow Train ou Louie Austen, entre (muitos e muitos) outros.
a

sábado, dezembro 1

Discursivos



Hoje, às 21h00, estreia no Pequeno Auditório do CCB "Um discurso de Thomas Bernhard" para narrador e orquestra, de António Pinho Vargas.

Orquestra Metropolitana de Lisboa
Direcção: Michael Zilm
Narrador: Luís Lucas
----------------------------------------------------------
Extractos do discurso de Thomas Bernard:
“Senhor Ministro, digníssima assistência,
Não há nada a exaltar, nada a condenar, nada a acusar; mas há muitas coisas risíveis; tudo é risível quando se pensa na morte.”
“O estado é uma estrutura permanentemente votada ao fracasso, o povo uma estrutura sempre condenada à infância e à fraqueza de espírito”.
“Não há nada a dizer a não ser que somos lamentáveis”.
“Instrumentos da decadência, criaturas da agonia, tudo se torna claro para nós. Não compreendemos nada.”
"Aquilo que pensamos já foi pensado, o que somos é obscuro, o que sentimos é caótico.Não há que ter vergonha. Não somos nada e só merecemos o caos".
in Thomas Bernhard, Discurso (pronunciado na entrega do Prémio Nacional da Áustria. 1967)
Trevas, Hiena Editores
a


"Remember, remember, the fifth of November..."