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quarta-feira, julho 4

A Vida Não É Um Sonho



Não, de facto não é. O filme, revisto na semana passada pela enésima vez, já estava na calha para justificar, aqui, um novo post. Mas uma conversa pré-almoço, com uma amiga ausente há muito, cuja vida recente foi desmoronando inexoravelmente, deu o mote à "urgência".
"A Vida Não É Um Sonho" (Requiem For a Dream) é um filme de 2000, adaptado do romance homónimo escrito, em 1978, por Hubert Selby Jr. Foi realizado por Darren Aronofsky e teve o privilégio de contar com a lenda viva Ellen Burstyn, além de Jennifer Connelly, Jared Leto e Marlon Wayans.
Assustadora no seu realismo, a película amedronta ainda mais por ser um desfile de personagens ambiciosas cujo declínio se acentua tanto mais quanto mais cresce a esperança (perversa e pervertida nos seus objectivos) num futuro melhor.
No seu negro desencantado e profundo, "A Vida Não É Um Sonho" ganha luz na componente pedagógica. Alheia a modas, a narrativa conta com uma "moral da história", cujo mérito principal passa por espeter-nos, olhos dentro, a lição dura e crua: às vezes, não vale a pena lutar, nem esperar muito da vida e/ou dos outros. E os atalhos são, muitas vezes, caminhos inseguros à beira do precipício.
Se não fizermos disso um drama; se não deixarmos que essa constatação nos traga impotência; se não procurarmos escapatórias falsas... não tem de ser mau.
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"Remember, remember, the fifth of November..."